Não, absolutamente. A incredulidade provém do espírito inquiridor e cético. Do livre pensamento, que não se alinha com nenhuma proposta dogmática. Não tem nada a ver com orgulho, mesmo que alguns incréus possam ser orgullhosos. Eu, por exemplo, gostaria muito que houvesse um Deus e que eu tivesse uma alma imortal e, até, torço para que alguém possa me convencer que isto existe, de forma cabal e insofismável. Mas não vejo como aceitar tal idéia, face a tudo o que conheço a respeito do assunto e do tanto que já refletí sobre isto. Infelizmente é a verdade. Estou, todavia, inteiramente aberto a mudar de pensamento, logo que convencido e, inclusive, me abro a qualquer pessoa que pretenda fazê-lo. Até hoje, depois que me tornei ateu, ninguém consegui, especialmente o Craig, que só diz sofismas e falácias. O orgulho pode gerar incredulidade sim, como também credulidade, mas elas não são sinceras e fundamentais, como o são para a pessoa que as possui por convicção interior profunda. No caso de serem geradas pelo orgulho, são apenas uma aparência exterior, de um interior que, de fato, só pensa em sua projeção pessoal a fim de auferir egoísticas vantagens. O orgulho e a vaidade são a prole dileta do egoísmo. O verdadeiro crente e o verdadeiro descrente são assertivos em suas concepções, não se jactam delas, mas as atirmam com serenidade e firmeza, estando, contudo, sempre dispostos a revê-las, pois sabem que o valor supremo é a verdade e não as vantagens.
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