quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O que você acha da conceituação de energia de Lupasco?

Lupasco comete um grande equívoco em sua conceituação de energia. Energia não tem constituintes. Trata-se de um atributo de sistemas físicos que os possibilitam a agir sobre sua vizinhança. Tal atributo possui uma grandeza associada, também denominada energia, que não é vetorial e sim escalar, sendo relativa e de calibre, isto é, seu valor depende do referencial e da escolha arbitrária do zero. Pode ser cinética, quando atributo dos movimentos, ou potencial, quando atributo das interações. Apresenta-se nas modalidades mecânica, elétrica, térmica, radiante, nuclear e outras, dependendo da estrutura e das interações existentes nos sistemas considerados. Energia não é uma entidade e não existe por si mesma, mas apenas como atributo de entidades. Não é um constituinte substancial do Universo, que são apenas os campos, a matéria e a radiação, constituintes estes que podem (ou não) possuir energia, mas não "ser" e nem "transformar-se" em energia. A aniquilação da matéria com a antimatéria não as tranforma em energia mas sim em radiação, que carreia a energia que estava nas massas de repouso do sistema aniquilado.
Não há distinção entre matéria física e biológica. Esta também é física, sendo a vida o resultado da estrutura e do funcionamento de certos sistemas que os possibilitam a ter iniciativa própria em suas alterações, e não apenas a responder a estímulos do ambiente. O psiquismo, por sua vez, não é independente do biológico, mas também uma ocorrência advinda de certas características estruturais e dinâmicas de alguns sistemas, como o sistema nervoso humano. A mente é uma ocorrência. Não é uma entidade distinta e nem um epifenômeno. É só um fenômeno. E a consciência é uma ocorrência mental, como a percepção, a memória, o raciocínio, a emoção, o sentimento e outros. A mente e todos os fatos a ela associados não existe sem seu substrato biológico em funcionamento, isto é, vivo. A morte do organismo acarreta a morte da mente, da consciência e de todas as memórias. A não ser que se desenvolva algum procedimento de transferência de consciência e memórias entre cérebros, possivelmente, inclusive, artificiais.

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