terça-feira, 19 de outubro de 2010

Muitos cientistas crêem em uma realidade transnatural. A física quântica faz a ponte com uma consciência cósmica. É perigoso abrir esses conhecimentos para as massas. Eles devem permanecer herméticos. O que acha?

O hermetismo é um perigo muito grande porque nunca se sabe se os detentores desse conhecimento são as pessoas que, realmente, possuam o discernimento para bem usá-lo. É preferível que o conhecimento sempre seja dado a público e que a sociedade, como um todo, articule mecanismos de controle do seu uso. Não acho que cientistas, filósofos, políticos, juristas, sacerdotes ou militares tenham mais competência para saber o que é bom ou ruim para todos do que a população como um todo. Se as massas podem ser manipuladas, que se esclareçam as massas. Nada como a democracia, total e abrangente, em todos os aspectos. Inclusive considero que privacidade não seja algo a que se precise manter. Não vejo mal nenhum, pelo contrário, vejo um bem, no fato de todo mundo saber tudo a respeito de todo mundo.
Quanto à relação entre a física quântica e a consciência, apesar da opinião de cientistas renomados, como Schrödinger, Bohm e Penrose e toda a turma da Gnose de Princeton, considero um grande equívoco de interpretação. Primeiro que o observador de um sistema físico não precisa ser um ser dotado de consciência, mas qualquer outro sistema que troque informação com o primeiro. O que ocorre é que, quando dois subsistemas do Universo interagem com uma troca de informação isto altera seus estados para um estado que seja auto-estado da observável que tenha sido passada como um auto-valor na informação. Não tem nada a ver com consciência. Consciência é uma função da complexidade de certas estruturas e de sua dinâmica, como o sistema nervoso humano, também passível de ser encontrada em outros sistemas, mesmo artificiais, que venham a ser produzidos. Mas não é nada imanente ao Universo como um todo. Quanto ao princípio antrópico, ele é inteiramente insustentável. A sintonia fina das constantes da natureza que permitem a existência do Universo e da vida são uma mera coincidência. Se não fossem como são, simplesmente não existiríamos e, talvez nem o Universo tal qual é, ou nada, absolutamente. Não há justificativa para supor que tais valores tenham sido ajustados por alguma inteligência exatamente para permitir que existíssemos. É coincidência, como quase tudo ao longo da evolução cósmica e biológica.

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