segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Como o sr. vê o feriado de Finados e do Dia das Bruxas? Vai no cemitério acender velas e dar flores pros seus falecidos queridos ou acha isso crendisse popular desnecessária?

Comemorações sem significado. Bruxas não existem e nem espíritos dos mortos. Não vou ao cemitério. Meus pais já morreram e eu venero a sua memória em minhas gratas lembranças e ao seguir as sábias lições de bondade, justiça, honestidade e virtude que eles me legaram. Não só no dia de finados, mas em todos os dias. Sei que não existem mais, em lugar nenhum, nem no céu nem no inferno, mas existem na lembrança dos seus filhos e das muitas pessoas que eles ajudaram e que deram um exemplo de vida digna e valorosa. São meus ídolos e sua falta ainda me dói muito, tanto que me emociono ao escrever isto. Sigo seus passos e, por isso, não acumulo riquezas materiais, pois vivo só com o salário do mês (que nem dá), não faço poupança e nem tenho propriedade nenhuma. Dou tudo para os outros. Guardo suas fotos e seus pertences que herdei (livros, gravatas, canetas, relógios, coisas assim), pois também não me deixaram bens de herança, como não deixarei para meus filhos, exceto este poema que escreví:
MInha Herança

Às vezes quedo absorto,
olhando longe o vazio,
pensando a vida passada,
lembrando os anos vividos.

Será que foi proveitosa?
Será que deixo saudade?
Será que parto sem mágoa?
Será que fui bem amado?

À minha posteridade,
filhos da carne e da lousa
e aos por amor adotados,
quero passar minha herança.

Na vida não fiz fortuna
nem deixo bens de valor,
nada que valha dinheiro,
nada que seja poupança.

Mas deixo meu horizonte.
A vista descortinada,
do mundo belo e fraterno,
dos homens em harmonia.

Deixo a fé no trabalho,
orgulho da coisa bem feita.
Deixo a honra e a modéstia
de ter sido verdadeiro.

E a luta cotidiana,
contra toda hipocrisia,
A peleja altaneira
prá acabar a vilania.

E a ternura escondida
pela gente mais sofrida.
A raiva bem merecida,
da soberba presunçosa.

Derrotas acachapantes
frente ao vil e prepotente,
são folhas edificantes
de uma vida merecida.

Mas algo passo adiante
a toda a posteridade:
A flama da esperança
na tocha da humanidade.

Levem adiante sem medo
prá que essa luz poderosa
do bem, saber e justiça,
alto vá resplandecer.

E as trevas da ignorância,
os freios da iniquidade
e a peste da malqueirança
não mais poder hão de ter.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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