O fato de que a abertura do acesso à educação a contingentes cada vez maiores do povo não ter sido acompanhada do correspondente investimento governamental. Isto começou com a revolução de 1964 que, de fato, ampliou imensamente a possibilidade de acesso da classe proletária à educação. Sem, contudo aparelhar as escolas. Só aumentou o número de salas de aula e contratou mais professores. Tantos que foi preciso diminuir seus salários para pagá-los. Com isto a profissão do magistério deixou de ser atrativa para a classe média. Os professores passaram a vir da classe proletária, que ainda não estava culturalmente preparada para esta função. Resultado: os professores sabiam menos do que tinham para ensinar. O nível, fatalmente, caiu. Antes os alunos, mesmo das escolas públicas, vinham de famílias da classe média, nas quais os pais podiam ajudar nos deveres de casa. Com o aumento da oferta, não houve uma contrapartida da escola para suprir esta deficiência de casa. Os professores e professoras públicos de antanho eram pessoas cultas. Para der dado certo, seria preciso que os salários tivessem continuado atrativos, para cativar para o magistério as melhores cabeças, os primeiros alunos das classes. Esses passaram a querer fazer medicina, direito ou engenharia, nunca magistério. Como solucionar: Voltar a pagar bem aos professores. Assim, em vinte anos, a categoria voltará a estar fornida das melhores cabeças. Quando digo bem, são uns cinco mil por mês para o curso primário, dez mil para o secundário e vinte mil para o superior. E com rigoroso exame de seleção, bem como avaliação continuada, com possibilidade de demissão por incompetência.
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