quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Pessoas oriundas da classe média/alta estão se movimentando para universidades fererais e públicas e fugindo das particulares. Estão tomando as vagas que deveriam ser prometidas aos pobres. Porque isso acontece?

Porque as particulares não apresentam o mesmo nível de qualidade e exigência que as públicas, sendo incapazes (exceto poucas) de formar um profissional realmente bem qualificado. Para que elas assim o fizessem, precisariam cobrar muito mais do que cobram e ter um desenvolvimento de pesquisas muito grande, para que seus professores fossem realmente de alto nível. Esta exigência impede que pessoas que tenham levado uma vida escolar toda ela com desempenho insatisfatório consigam prosseguir normalmente seus estudos. Isto acaba fazendo uma discriminação econômica, pois, salvo excessões, são os mais ricos que, com o apoio de bons colégios e de uma família culta e bem instruída, podem construir uma vida acadêmica de ótima qualidade, desde início do fundamental, pois é isto que faz um destacado estudante universitário. Para corrigir isto e propiciar oportunidades iguais a todos, seria preciso que não houvesse ensino particular em nível nenhum e que todas as escolas tivesse um grau de excelência mínimo. Isto não vai acontecer com o sistema de aprovação automática que campeia por aí. É preciso haver ensino de ótima qualidade para todo mundo, desde o fundamental, e exigência de boa proficiência para a promoção, sem excessão. Isto pode ser consertado, mas leva, pelo menos, meio século. O segredo está em que a remuneração dos professores seja mais atrativa do que a de um médico ou advogado. Assim os melhores alunos iriam querer ser professores. Estou falando de um professor primário ganhar uns cinco mil reais, um secundário uns dez mil e um superior uns vinte mil. Dentro de uma carreira que privilegie o mérito e a competência, sendo sempre avaliados de forma consequente, isto é, podendo ser demitidos por incompetência ou negligência. Acho que ainda chegaremos lá.

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