segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Prezado Ernesto, procede o argumento vegeteriano de que "se um ser sofre, não há justificação moral para se recusar a levar esse sofrimento em consideração"?

Concordo e discordo. Vejamos. Na natureza surgiram, pelo processo evolutivo, predadores e presas. Se predadores não puderem matar suas presas para comer, extinguir-se-iam. O ser humano é biologicamente onívoro, isto é, seu trato digestivo é capaz de digerir vegetais e animais. Logo a evolução nos fez para comer dos dois. Inclusive há trabalhos que mostram que nossa inteligência superior se deve à adoção de uma dieta mais carnívora. Comer carne é, pois, natural para o homem. Uma dieta estritamente vegetariana (vegana) não é saudável, pois deixa lacunas nutricionais graves. Leite não é um alimento bom para mamíferos adultos. Comer ovo também não faz bem para a saúde. Resta comer carne mesmo. Todavia a consciência moral de que somos dotados repudia que causemos sofrimento a outros seres, mesmo não humanos. Como resolver? No futuro, quem sabe, com células troncos e engenharia genética, poderemos cultivar tecido muscular para bifes fora de organismos completos. Por enquanto a solução é providenciar um abate indolor. Realmente, fazer sofrer um animal é uma crueldade imoral. Mas o sofrimento não é só no abate. Também existe no confinamento. Leis precisam ser feitas para coibir tais crueldades, mesmo que com prejuízo econômico, pois a ética está acima do lucro.

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