sábado, 6 de novembro de 2010

Não achas que o elitismo de alguns elementos da sociedade brasileira esteja ligado a uma teoria darwinista social e racial disfarçada?

Não. O elitismo aqui no Brasil, e mesmo no mundo, não advém de concepção teórica nenhuma. Vem do egoísmo das pessoas, que querem levar vantagem, não importa a quem dêem prejuízo. É claro que, neste contexto, precisam de apoiar-se em outros e, assim, escolhem os que compartilhem atributos comuns, como a raça, o estrato social, a filiação religiosa e outros. Mas, sempre que possível, cooptam também o concurso de indivíduos de outros grupos, desde que lhes sejam úteis e fiéis, não hesitando em descartá-los se deixarem de o ser. O chamado "Darwinismo Social" é uma teoria inteiramente furada. Não existe tal coisa. Da mesma forma que não existe o fato de que o homem seja egoísta por natureza nem bondoso por natureza. Por natureza o homem é capaz de ser tanto altruísta quanto malvado. É a educação que o coloca num ou noutro trilho, exceto casos patológicos. Não a educação escolar e sim a educação familiar, a que a criança é submetida desde os primeiros dias de vida. É imitando o comportamento dos pais ou cuidadores que ela cria sua visão de mundo, forjada na mais tenra infância, Isto é muito difícil de se mudar, mas não impossível. A escola precisa incutir valores de solidariedade, cooperação, altruísmo, igualitarismo. Para isto é preciso que a escola seja pública e interclassial para todos. Que ricos e pobres convivam uns com os outros, para que os ricos vejam os problemas dos pobres e para que os pobres não achem que todo rico seja malvado só por isso (e vice versa). A concepção maniqueísta é muito encontradiça, especialmente entre os marxistas. Isto acontecerá quando as escolas públicas forem melhores do que as particulares, o que não é impossível, se o governo passar a pagar melhor aos professores do que as escolas particulares. Como eles não são ricos, sairão das particulares e passarão para as públicas, que terão que selecioná-los por capacidade, competência e mérito. Sobrarão os ruins para as particulares, que, fatalmente, acabarão.

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