sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A relação entre a mecânica quântica, o teletransporte e a identidade levanta uma grande reflexão existencial, não acha?

Certamente que sim. Por isso é que proponho uma unificação entre a Filosofia e a Ciência (um retorno à concepção pré-moderna). Minha proposta é uma espécie de Filosofia Científica, mas não gosto de adjetivar a Filosofia. Prefiro só "Filosofia". Como também não gosto de compartimentalizar a Ciência em ciências. Para mim tudo é "Ciência" e, melhor ainda, se tudo for unido em "Conhecimento". Por isso estou escrevendo um livro "Física para Filósofos", porque vejo que muitos filósofos pecam por não entender de Física, como muitos cientistas pecam por não entender de Filosofia. Desde o advento da Relatividade e da Física Quântica que muitos conceitos filosóficos foram abalados, como o tempo universal e absoluto, o espaço apriorístico em que o mundo se situa, a simultaneidade, a causalidade, o determinismo, a unilocação, a impenetrabilidade e muito mais. Isso tudo caiu por terra e agora, com o emaranhamento quântico, mais ainda. O teletransporte é uma possibilidade real, para a qual apenas ainda não se tem técnica suficiente. A reflexão existencial que se coloca é sobre "o quê", de fato, somos nós. Bertrando Russell, em seu livro "Nosso Conhecimento do Mundo Exterior" já levantava esse problema, ou seja "o que é a realidade?". Acho isso fascinante, principalmente porque não se tem uma resposta. Adoro perguntas sem respostas. E detesto respostas tampa buracos, como inventar deuses e espíritos para explicar o que não se sabe. Aliás, não explica nada, porque não se destrincha o mecanismo segundo o qual os deuses e os espíritos fazem o que é dito que fazem. Outro problema é esse da identidade. Algo poderia estar sem estar em um lugar. Ou não estar e, mesmo assim, ser. Ou ser sem que se tenha como saber o que seja. Isto é, um ser sem essência, mas com existência. Tudo isso é uma beleza de confusão que se cria para espíritos que gostam de tudo bem certinho, tipo Tomás de Aquino. Mas, para mim, essa é a beleza do mundo: sua perplexidade e sua complexidade.

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