sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Em uma sociedade perfeita qual fator determinaria o valor do trabalho? Todos ganhando o mesmo salário não condicionaria à uma estagnação cultural e a busca por um trabalho mais fácil?

Numa sociedade perfeita todos não ganham o mesmo salário. Ninguém ganha salário nenhum. Todos trabalham de graça e têm tudo de graça. O valor do trabalho é o seu resultado em termos do bem que produz para a coletividade. A motivação para produzir cultura, arte, ciência, conhecimento, inovações, não é e nunca foi o retorno econômico. É a satisfação de criar, de produzir, de contribuir para o bem de todos. E de ser reconhecido. Essa é a paga. Se todos podem ter tudo o que quiserem, não há porque se esforçar para ter sucesso. Trabalha-se pelo prazer de trabalhar. Tudo pode ser mais devagar, mais curtido. E, numa sociedade ideal, com o fim do individualismo e o compartilhamento geral de tudo, as demandas serão muito menores, porque tudo compartilhado é muito mais racionalizado e econômico. Por isso é que uma sociedade ácrata tem que surgir espontaneamente ao fim de um processo de educação bem longo e completo, por meio do qual se abole a preguiça e a cobiça.

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