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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Professor, não seriam todas as pessoas possuidoras de boa intenção? Acho que talvez o problema esteja na incapacidade de compreensão do "bem". Não consigo conceber que alguém faça algo que não pareça, no momento, ser o mais razoável. É sem sentido, não?
Não. Há pessoas, realmente más. Isso, inclusive é objeto de pesquisa e conheço dois livros sobre o tema: "Evil Genes", de Barbara Oakley e "Conduta Cruel", de Carol Anne Davis. Além do mais, nem sempre o bem é o "mais razoável", considerando o proveito pessoal da ação ou a recompensa em termos de prazer e felicidade, no momento. É possível observar em crianças uma tendência à crueldade em algumas. De modo geral, pode-se dizer que o ser humano nasce neutro e quer o que lhe seja mais prazeroso. Esse é o instinto. A educação, que é um dos aspectos mais distintivos de uma civilização, é que o fará preferir o bem. Mas isso tem que ser inculcado, a princípio, de modo pavloviano, como o faz a "Super Nany". Ou seja, até que um nível de abstração seja estabelecido na mente, a comportamento virtuoso tem que ser premiado e o oposto punido. É assim que se educa qualquer animal, inclusive o homem. Mais tarde, depois dos 7 anos mais ou menos, começa a ser possível educar por argumentação. Isso não quer dizer que se deva espancar nem exagerar na premiação, com guloseimas, por exemplo. O maior prêmio é a aprovação e o carinho e a maior pena é a desaprovação e a indiferença. Mas pode haver alguma restrição de regalias. Nem somos o "bom selvagem" de Rousseau, nem somos a perversão encarnada. Quanto a ser "sem sentido", isso é algo que o comportamento humano não busca atender espontaneamente. Mesmo quando se reflete racionalmente para tomar uma decisão, ela pode ser tomada "sem sentido".
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