sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Um mundo ácrata é possível?

Claro que sim, mas não agora. Penso que se chegará lá, mesmo sem nenhum esforço para tal, em uns cinco mil anos. Com esforço, em uns mil anos. Essa é uma tendência que vem acontecendo desde o fim da Idade Média: o afrouxamento da autoridade e o crescimento das liberdades, que constituem o âmago da acracia: autoridade nula e liberdade total. Claro que houve idas e vindas, mas a tendência global é nesse sentido. Todavia é preciso cuidado para se impedir o anarco-capitalismo e o comunismo estatal. O bom é o anarco-comunismo. Para se chegar lá ainda se tem que trilhar um longo caminho que levará à abolição das fronteiras, da propriedade, do dinheiro. Note que o anarquismo não é um meio de se obter essas coisas. Ele é o objetivo que essas coisas levarão. Ele não pode ser imposto. Tem que surgir espontaneamente. As fronteiras, o dinheiro, a propriedade e os governos vão acabar por falta de necessidade, quando a humanidade, realmente, ficar civilizada. Outra coisa que atrapalha isso são as religiões. Elas têm que acabar. Todas. As pessoas podem crer em Deus, mas sem haver religião nenhuma. Confio que esse dia chegará, como canta a canção "Imagine" de Lennon.

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