sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Prof., você disse que uma pessoa não deve se orgulhar de ser inteligente, apenas de coisas adquiridas pelo próprio esforço, porém parte da inteligência é adquirida, i.e., se se dissociar bem uma da outra, não há problema exaltar a parte adquirida, certo?

Sim, pode. Se a pessoa é inteligente sem ter se esforçado para sê-lo, não há mérito, mas, se é fruto de seu esforço, há mérito sim. Geralmente os dois fatores contribuem, o inato e o adquirido. Mas, em geral, quem já tem certa inteligência nata, aprimora-a com menos esforço, enquanto quem a tem em menor grau, de nascença, requer mais esforço para aumentá-la. Não estou falando de conhecimento nem de cultura e sim de inteligência mesmo, em qualquer dos seus aspectos. Todavia, qualquer que seja o caso, gabar-se de sua inteligência, como de sua força, beleza, charme ou riqueza, é uma atitude mesquinha. O correto é a assertividade, que consiste em reconhecer o seu valor, sem diminuir nem aumentar, e não jactar-se dele, mas aceitá-lo, aprimorá-lo e colocá-lo a serviço do mundo. Uma das razões que não me levou, até hoje, a me filiar à Mensa é que percebi que a maioria dos seus membros é muito vaidosa e convencida de sua superioridade pela inteligência alta. Nem inteligência, nem beleza, força, simpatia, riqueza, cultura, poder, saúde são o que confere valor à pessoa, mas sim o caráter.

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