sexta-feira, 11 de abril de 2014

Por que o mal existe?‎

Mal pode ser entendido como toda ação que provoque dor, sofrimento, tristeza, prejuízo, dano a algum ser. O mal pode ser de duas origens. Ou é uma ação da natureza ou é uma ação provocada por um agente intencional. Se bem que um agente intencional pode fazer um mal sem a intenção de fazê-lo. O mal feito sem intenção de assim o ser existe porque os acontecimentos do mundo não são todos previstos e planejados, grande parte deles se dando por razões fortuitas, coincidências e acasos. Então pode ocorrer que algum deles acarrete uma consequência maléfica. Quem considera que tudo o que acontece no mundo é porque Deus quis, então o malvado, no caso. é Deus. O mal deliberadamente executado só o é se o for por um ser inteligente e consciente. Minerais e vegetais não o são. E nem todos os animais. Só os animais superiores, em especial o homem, dos que conhecemos, é capaz de executar uma ação deliberadamente malévola. Eles são capazes disso porque sua estrutura mental possui uma liberdade de decisão na execução dos atos, de modo que podem resolver se fazem o que seja benéfico ou maléfico em relação ao objeto de sua ação. Isso só será assim caracterizado se acontecer de modo consciente e livre. Uma ação pode ser maléfica do ponto de vista de quem a sofre mas não poder ser imputada como uma ação má do ponto de vista de quem a exerce, se for executada sem a consciência de que assim esteja sendo ou se executada sob coação incontornável. A existência do mal é um dos argumentos a favor da concepção de que algum deus, se existir, não pode ser bom. Esse é o argumento atribuído a Epicuro. Para que um ser seja denominado Deus, ele tem que ter poder de fazer o que queira, à revelia das leis da natureza. Se ele tem esse poder e não impede a existência do mal, então não é bom. Outra alternativa, mais plausível, é de que não exista tal tipo de ser.

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