sexta-feira, 11 de abril de 2014

Por que a paixão é algo que não se escolhe? Quero dizer, por que não podemos nos interessar por alguém que nossa mente quer?‎

Porque a paixão é inconsciente e não é lógica, enquanto a mente consciente é lógica e pretende escolher uma pessoa para se amar com base em critérios racionais. Mas o sentimento não é racional e é bom que não seja mesmo. A força do inconsciente, do instinto, da intuição e dos afetos é muito maior do que a força da razão. O melhor que se deve fazer é buscar justificativas racionais para a escolha inconsciente. Mas é preciso que se tenha uma concepção de mundo e de vida que concilie o instinto com a razão. Essa é a concepção libertária e anarquista de vida, que não regula o comportamento pelas amarras das convenções sociais ou religiosas. Que aceita os sentimentos profundos e espontâneos como manifestações legítimas dos anseios mentais e corporais. Que não rotula as paixões como convenientes ou inconvenientes, não condenando nenhuma, pelo contrário, aceitando-as e vivendo-as em plenitude. Sem que sejam ocultas, mas inteiramente abertas, consentidas e divulgadas. Para tal é preciso, também, romper qualquer associação entre os sentimentos amorosos e as relações econômicas. Isso é um grave entrave para a felicidade.

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