terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Ernesto, apoio sua idéia de poliamor...porém, concorda que, se um dos parceiros não aceitar mais um integrante na relação, o outro deve respeitar, já que diz amar tanto o parceiro que já convive há tempo? E que o ateísmo não é desculpa para o parceiro impor essas vontades?

A questão de relacionamentos plurais não tem nada a ver com ateísmo. São fatos inteiramente independentes. Pode-se ser ateu e considerar que o poliamorismo seja algo errado do mesmo modo que se pode acreditar em Deus e considerar que o poliamorismo seja perfeitamente aceitável. O que o poliamorismo tem a ver é com a anarquia, pois é uma de suas características. Note, contudo, que o poliamorismo não é uma prescrição e sim uma possibilidade. Pode-se considerar que ele seja admissível e não se aderir a ele. No caso de aceitá-lo, a realização factual dos relacionamentos poliamorísticos só pode se dar com a aceitação e o consentimento de todos os envolvidos de uma forma inteiramente desprovida de qualquer constrangimento, isto é, com plena alegria. Não havendo essa concordância ou se interrompe a relação com a pessoa que não concorda ou, para mantê-la, se abstém de encetar outras relações paralelas. Note que eu estou me referindo aos relacionamentos e não aos sentimentos amorosos. Estes são inevitáveis e impossíveis de serem rejeitados. Quando se ama não se ama porque se quer ou não se quer. Então o que se pode é não realizar esse amor em uma relação estabelecida. Mas o amor não há como apagar.

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