quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Ernesto, é mais difícil educar cientificamente e mostrar que superstições são babaquices à uma população tão carente de educação e cultura como é a brasileira?

Sim, mas é algo que precisa ser encetado o quanto antes. O problema são os próprios professores públicos, que, face aos baixos salários, não são a camada mais competente da sociedade, como teria que ser. O magistério teria que ter um salário tão atraente que as melhores cabeças preferissem ser professores do que médicos, advogados ou engenheiros. Então os cursos de licenciatura é que seriam mais concorridos e, tendo os melhores alunos, formariam os melhores profissionais. Num colégio particular, como o Anglo de São Paulo, um professor pode ganhar vinte ou trinta mil reais por mês, em dedicação exclusiva. Mas dá aula para turmas de duzentos alunos, que pagam, cada um, dois mil por mês. E não tem a menor bagunça. Todo mundo assiste com a maior atenção. A primeira treta de qualquer um leva à sua expulsão sumária do curso, sem apelação. A escola pública tinha que ser assim. E os professores também: vacilou (isto é, se mostrou incompetente ou negligente), é demitido na hora. Tem muitos médicos, engenheiros e advogados querendo lecionar lá. E eles nem exigem licenciatura. Tem é que ser muito bom de serviço, inclusive na didática, mas demonstrada na prática e não por ter um certificado de ter cursado. E tem que dominar o conteúdo na ponta da língua. De preferência ser autor de um livro didático de grande sucesso. Os professore fazem "ensaio de aula", com se fossem apresentar uma peça teatral, com os colegas como alunos e fazendo as perguntas mais difíceis e embaraçosas. Eles não têm carteira assinada. Cada um é uma empresa dele mesmo, com CNPJ, que é contratada para prestar o serviço ao Anglo.

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