quarta-feira, 16 de maio de 2018

CONTINUAÇÃO

A questão é que muitos temem perder a amizade quando ela se transforma em amor. Porque a amizade não tolhe o amigo ou a amiga em nada. Não lhe restringe ter outros amigos, não lhe controla as idas e vindas e nem com o que se ocupa nas horas do dia. Não fiscaliza, não faz cobranças. Dedica-se ao amigo ou amiga com alegria. Se fica-se um bom tempo sem se ver, alegra-se no reencontro, sem reclamar de nada. A amizade é totalmente altruísta. Por isso, de certa forma, a amizade é mais valiosa e muitos temem perdê-la ao se transformar em amor. Mas é porque têm uma visão completamente equivocada do amor. Porque consideram o amor como uma posse. Ninguém é de ninguém. Não se pode possuir outra pessoa. É preciso amar de forma tão altruísta como se é amigo. Concedendo toda a liberdade. Não cobrando nada. Não ficando magoado e emburrado se não se tem reciprocidade em algo. Assim amando jamais se perderá a amizade. Jamais haverá motivo para brigas. O contentamento de um vem do contentamento do outro. É uma concepção assim livre, totalmente livre, do amor que é capaz de levar os amados amantes aos sentimentos mais etéreos, ao enlevo mais sublime, aos êxtases mais paradisíacos.

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