terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Você considera útil que as pessoas definam suas posições políticas como direita, esquerda, etc; ou considera isso outra forma de dogmatismo (por exemplo, ao se dizer "de direita", se coloca imediatamente a favor de todo o conjunto de ideias "de direita" e contra o conjunto de ideias "de esquerda")?

Não gosto de ser rotulado de nada. Em geral minhas posições políticas são de esquerda. Mas não concordo com algumas propostas dos esquerdistas e concordo com algumas dos direitistas. Por isso, em geral, sou malhado pelos dois lados. Isso acontece, também eu relação aos ateus, por admitir algumas concepções de crentes e negar algumas de ateus. Por isso acho que é bom que as pessoas não se rotulem, mas expliquem, com comentários, suas concepções. Muitas pessoas confundem as posições políticas com as econômicas, por exemplo. Inclusive confundem comunismo com socialismo e com marxismo. Alguns não entendem quando digo que sou um comunista não marxista e nem socialista. Então é preciso dar uma aula sobre o assunto. Em filosofia, então, é um problema. Digo que sou cético mas admito que a verdade possa, em tese, ser alcançada. Não sou inteiramente adepto nem do empirismo, nem do racionalismo, nem do idealismo, nem do materialismo, nem do criticismo, nem do existencialismo. Muito menos do pragmatismo e do positivismo. Para cada tópico tenho uma convicção que pode coincidir com alguma dessas, ou com nenhuma. Diria que sou eclético, mas, para muitos, isso é uma heresia filosófica. Não me importo em ser herege. Aliás, admiro mais os hereges do que os que não são. O pior é em relação às escolas psicológicas. Para mim a psicologia é um capítulo das neurociências. Isso deixa os psicólogos fulos de raiva.

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