quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Tudo aquilo que não se expressa para nós não existe como fenômeno. E se existe como fenômeno, é uma percepção no subjetivismo na nossa psique. Pode-se dizer, portanto, que a coisa-em-si, algo puramente objetivo, é o nada?‎

A premissa é falsa. Podem haver fenômenos que não se expressem para nós e, certamente, há muitos. Além disso, os que se expressam existem objetivamente, independentemente de nossa percepção. O que a ciência faz, ao estudá-los, é, justamente, buscar tirar a subjetividade das percepções individuais e construir um modelo explicativo que seja o mais possivelmente objetivo, isto é, independente do sujeito que o percebe. Tanto a "coisa em si", quanto o "fato em si", são realidades, mesmo que não se tenha acesso a elas e eles. E mesmo que o acesso, quando há, não corresponda propriamente ao que seja, em si mesmo. Não é "nada". É algo real. Se não houvesse, não se poderia manifestar a nossos sentidos para que fosse percebido. A objetividade, tomada como um consenso de subjetividades, é a melhor aproximação que se tem tanto de uma quanto do outro.

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