sexta-feira, 9 de junho de 2017

O que você entende por preconceito? Muitos dão definições variadas.

Preconceito é se ter um conceito negativo a respeito de alguma condição das pessoas, como ter uma religião diferente, ser de uma etnia diferente, ter um nível social diferente (superior ou inferior), apoiar um partido político diferente, ser de um gênero diferente, ter uma orientação sexual diferente, ter uma nacionalidade diferente, ou algum outro aspecto, sem que isso seja por uma razão plausível, identificada por meio de um raciocínio sereno. Não é o caso, por exemplo, de se ter um conceito negativo a respeito de alguém por ser um criminoso, um corrupto, um malvado, um mentiroso ou algo que, justificadamente, faça a pessoa ser merecedora desse julgamento negativo. Os primeiros aspectos que eu mencionei, contudo, não são razão justificável para se ter conceito negativo de ninguém. Assim, pois, é preciso que se aceite essas diversidades de condições como algo perfeitamente normal e legítimo, compreendido pela pluralidade humana, sem problema nenhum. Tais distinções não fazem de ninguém uma má pessoa. Como, também, por exemplo, torcer por um time de futebol diferente. Não há justificativa nenhuma para, por exemplo, os neopentecostais abominarem os espíritas, os católicos, os umbandistas, os candomblesistas, os muçulmanos ou adeptos de outras religiões. Da mesma forma que alguns muçulmanos abominarem os judeus. Ou os comunistas abominarem os capitalistas e vice-versa, se essas pessoas não se valerem de suas concepções econômicas para praticarem atos de vilania contra o povo. É lícito que se considere que o capitalismo seja melhor, do mesmo modo que se considere que o comunismo seja melhor. Já defender ditaduras não é uma concepção legítima, pois as ditaduras não são legítimas. Então, ter um mau conceito de alguém porque seja defensor de ditaduras não é um preconceito e sim uma concepção válida. Como ter um mau conceito de um ladrão, um traficante, um terrorista (mesmo que se alegue que tal atividade seja em defesa de um princípio ideológico válido). Há, também, preconceitos inversos, como o de se supor que todo sacerdote, de qualquer religião, seja, por isso, uma pessoa santa.

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