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segunda-feira, 9 de abril de 2018
Não me considero brasileiro. Odeio funk, samba, pagode, axé, frevo, praia, assaltos, favelas, feijão, cerveja local, malandragem brasileira, etc. E você?
Também não gosto disso que você não gosta, exceto feijão e não gosto de muitas outras coisas que a maioria dos brasileiros gosta, como futebol, essa maneira de ser extremamente descontraída, esportiva e informal. Sou uma pessoa mais séria, formal (exceto por não chamar as pessoas de senhor, mas isso é filosófico e, portanto é uma formalidade). Sou uma pessoa que aprecia música clássica, que toma vinho em vez de cerveja (exceto, às vezes, as de puro sangue), que não come carne, que não usa tênis, que não usa camiseta com escrito, que não usa camisa para fora da calça, que gosta de usar paletó e gravata mesmo que não seja preciso, que usa caneta tinteiro, que fala o português correto. Em suma, tenho hábitos que se poderiam chamar de aristocráticos. Todavia sou brasileiro convicto e quero envidar todos os meus esforços para transformar o Brasil em um país sério, decente, honesto, justo, pujante, cordial mesmo, diligente e operoso, responsável, pacífico, solidário, generoso, saudável, alegre sem deboche, intelectual, competente, inteligente, criativo, empreendedor, sem preconceitos, igualitário, fraterno, libertário, ateu, comunista e anarquista. Sem frescura, sem pernosticismo, sem gabolice, sem sarcasmo, sem ironia. Por isso não me vou embora daqui, mesmo que pudesse, mas não quero. Quero acabar com ignorância, com a doença, com a criminalidade, com a pobreza, com a intolerância (exceto para com o mal), com a basófia, com a prepotência, com toda injustiça, com a corrupção, com a malandragem, com a crueldade. Claro que não dou conta de tudo isso sozinho. Mas tenho que dar minha contribuição com todo o meu empenho e minha capacidade, sem pretender nenhuma recompensa.
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