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terça-feira, 14 de agosto de 2018
Então você diz que duas pessoas que se relacionam monogamicamente, de pleno acordo, pois não se sentem confortáveis com o parceiro tendo outras relações, não se amam? Ora, Ernesto, pois isso não faz o menor sentido! Não se trata de controlar ou ser possessivo, mas sim de honrar o acordo inicial!
Absolutamente eu não disse isso. O que eu disse é que se a pessoa ama, ela não exige que a pessoa amada ame exclusivamente só a ela. Mas isso pode acontecer e, inclusive, se acontece, é melhor. Todavia amor não pode ser exigido. O fato de que eu considere que o amor possa, perfeitamente, ser plurívoco, com a ciência e o consentimento de todos os envolvidos, não significa que eu ache que tenha que ser assim. Pode ser biunívoco, com toda a propriedade. E um acordo de exclusividade não é um acordo razoável. Não se pode prometer nem garantir que se amará somente a uma pessoa porque o amor é algo que não depende da vontade da pessoa. Ela pode, perfeitamente, estar amando a só uma outra e, então, surgir uma terceira pela qual ela também venha sentir amor, sem deixar de o sentir pela primeira. E isso tem que ser admitido, caso contrário está-se sendo exigente de uma forma inadmissível. O que a pessoa, em geral faz, uma vez que esse modo de ser não é considerado aceitável pela sociedade (de forma totalmente equivocada), é não permitir que esse amor se realize em um outro relacionamento paralelo (mas sabido e consentido por quem se tenha o primeiro relacionamento). Isso, inclusive, é fonte de grande sofrimento para muitas pessoas, por terem que fazer uma escolha e não vivenciarem os amores que nutrem em paralelo.
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