sexta-feira, 11 de abril de 2014

Se algo pode vir a existir a partir de nada, então torna-se inexplicado o fato de que tudo o que observamos provém de algo. Mesmo as partículas virtuais no vácuo quântico ou os átomos excitados emitindo fótons possuem condições e provém de algo.De nada, nada se obtém, porque não existem propriedades‎

Uma vez que já existe universo, há leis naturais que esse universo observa, dentre as quais as leis de conservação. As leis naturais não são prescritivas e sim descritivas. Mas elas valem porque não há ocorrência em inobservância delas. Assim as transformações, mesmo as incausadas, se dão com o preenchimento de condições, dentre elas o fato de que o que surge, provém de algo pré-existente. Tal fato, todavia, não se aplica ao evento de surgimento do conteúdo total do Universo, uma vez que, não havendo nada, não há leis a serem observadas. Então não é preciso que algo surja tendo do que provir. Aliás, mesmo quem considere que o surgimento do Universo tenha sido um evento provocado por um agente extrínseco a ele (Deus), é forçado a admitir que esse agente provocou o surgimento de tudo o que existe sem que isso fosse proveniente de nada pré-existente. Pois, se houvesse algo de que Deus se valesse para criar o Universo, então esse algo já seria o Universo, que, na dita criação, estaria apenas sendo transformado pelo suposto Deus. A questão, pois, não é o fato do Universo ter surgido de nada. Isso é fatal. A questão é se surgiu espontaneamente ou provocadamente. E se foi provocadamente, o provocador não poderia fazer parte do Universo. A outra alternativa é que ele tenha sempre existido.

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