quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Mas sem reciprocidade não se estabelece a relação, professor.

A reciprocidade que eu digo que não se deve esperar é a de posturas e atitudes. Isso não impede que haja uma relação. Mas ela precisa ser uma relação interpessoal, isto é, entre pessoas. E pessoas possuem, cada qual, a sua personalidade, que não se pode pretender que seja a mesma. De fato, uma relação de companheirismo, amizade ou amor fica dificultada se os interesses, os gostos, os valores, as atitudes, os compromissos e esse tipo de coisas forem completamente opostos. Mas isso não significa que não possa haver e nem que, por isso, a relação tenha que ser de antagonismo ou inimizade. O mais importante é que nenhuma relação entre pessoas seja de posse ou dominação. Ninguém é dono e nem manda em ninguém. Nem os pais em relação aos filhos. Muito menos os cônjuges e os amantes. É preciso aceitar que o outro é outro, isto é, pensa, sente e age do modo que quer e não do modo que se queira. E, nem por isso, não lhe respeitar e dedicar estima ou amor. Claro que se o outro for um malfeitor, um criminoso, uma pessoa desonesta ou cruel, não é digna de merecer respeito, estima e, muito menos, amor. Mas a maioria não é. A maioria é decente, honesta e bondosa. Portanto, merecedora de respeito, estima e, quem sabe, amor. Inclusive amor erótico-romântico. Que não precisa ser dedicado exclusivamente a uma única outra pessoa, desde que todas saibam e consintam.

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