domingo, 4 de setembro de 2011

Tal como uma camisa de força, o artifício "massa" criado pela genialidade de Newton, parece nos impedir de livrarmos deste conceito. Seria possível definir energia, sem fazer uso deste conceito?

Você pode prescindir inteiramente do conceito de massa, desde que considere que a "massa de repouso" seja uma "energia de repouso" Eo = mo.c². Essa energia entraria na equação da segunda lei de Newton da forma a = c².R/Eo, em que R é a força resultante. A energia de repouso tem um efeito inercial e um efeito gravitacional, tanto ativo quanto passivo. Para sistemas complexos, a energia de repouso engloba o total das energias de repouso dos constituintes adicionado a todas as outras formas de energia, quer cinéticas quer potenciais, calculadas no referencial do centro de massa (que seria o centro de energia) do sistema. Assim se dispensaria a noção de massa. Pedagogicamente, contudo, a noção de massa é útil e eu não recomendo que seja abandonada. Uma noção controvertida, que eu recomendo que seja abandonada, é a de "massa relativística". Da mesma forma, a noção de força pode ser, teoricamente, dispensada. Mas, também, tem uma utilidade pedagógica, especialmente na engenharia. O valor da energia de repouso pode ser obtido por meio de um experimento em que o padrão unitário interaja, por qualquer interação, com o corpo cuja energia de repouso se quer medir, ambos puntiformes, e as acelerações dos dois sejam medidas em um referencial inercial. A razão das energias de repouso é a razão inversa da razão das acelerações. Isto não é prático, de modo que se prefere fazer a medida por métodos gravitacionais, como a balança. O procedimento é exatamente o mesmo para medir massa, só que a unidade será de energia. Um quilograma padrão tem a energia de repouso de 9E16 joules. Não vejo vantagem prática em se descartar a noção de massa.

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