sábado, 23 de março de 2013

“Se a moral divina é diferente da moral humana, então a argumentação do paradoxo de Epicuro não vale”. Como rebater esse argumento cristão?

Deus, se existir, não tem moral, pois moral é uma convenção social. Deus não pertenceria a nenhuma sociedade. Seus atos seriam pautados apenas por sua vontade, sem ter nada a que se referenciar. Pelo contrário, no caso de haver Deus, a moral é que deveria se basear no que ele achasse que fosse permitido ou proibido. Aliás, as pessoas que consideram que Deus existe dizem que as normas morais são exaradas pela vontade divina, como os dez mandamentos. Portanto não se pode conceber que Deus tivesse proposto ao homem um critério de ação diferente do que ele mesmo executa, pois seria uma incoerência. Supor um Deus que achasse que o que vemos como maldade fosse bondade é um absurdo. Se fosse assim, teríamos que imitar a Deus e fazer maldades como uma prescrição divina para a nossa santificação. Esse argumento é totalmente incoerente. Outro corolário do paradoxo de Epicuro é sobre a existência do demônio. Como pode um Deus santo e todo poderoso ter permitido o surgimento de tal ser? Não tem escapatória, se Deus existir, ele é malvado mesmo.

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