domingo, 23 de fevereiro de 2014

Quando se pensa diferente da maioria parece haver uma cobrança em justificar seu ponto de vista para ser, no máximo, tolerado pelo julgamento moral das pessoas. Ninguém questiona um católico cobrando referenciais sólidos para não olhar pra ele "atravessado". Como se tornar um bom argumentador? Obrig

Isso é porque vivemos em uma sociedade (a brasileira) de maioria católica. Na Arábia, ou na Índia, um católico seria olhado atravessado, do mesmo modo que estranhamos quem se declare islamita ou hinduísta. Ateu, todavia, é visto como estranho em qualquer lugar, exceto, talvez nos países escandinavos ou nos comunistas e ex-comunistas. A questão é que as sociedades ainda não têm abertura suficiente para a diversidade religiosa, ideológica, sexual, gamética (intolerância à poligamia) e outras. Mesmo quanto à aparência (uso de alargadores, piercings, tatuagens, se bem que está diminuindo no ocidente, mas não na Arábia, por exemplo). Em relação a ateus, inclusive, existe uma pecha inconsciente de que se tratam de pessoas imorais e não confiáveis em sua honestidade e decência. Algo inteiramente sem fundamento, como a ideia que correu de que comunistas comessem criancinhas. Isso é uma questão de pura ignorância, que as escolas precisam corrigir, tendo aulas de antropologia, política, religiões (e não "religião"), ética, caráter e temas similares, como parte curricular obrigatória e passível de avaliação e reprovação.
Sobre a questão de se tornar um bom argumentador, é preciso estudar lógica, dialética (como arte de argumentar e não a dialética marxista) e retórica, tanto na teoria quanto na prática. Isto é, participar de muitas discussões, a princípio por escrito. Isso também deve fazer parte do currículo obrigatório da disciplina de redação, por exemplo, que incluiria, também, falar em público e debater. É muito importante dominar um vasto vocabulário. Além, é claro, que a pessoa precisa ter um amplo e profundo domínio do assunto que vai debater e argumentar, sem esquecer de dominar a gramática. É um empreendimento bem trabalhoso e difícil. Não é para preguiçosos nem acomodados. Com tenacidade e muita leitura (para ver como se escreve e se argumenta e para adquirir vocabulário), acho que é possível alcançar isso em uns quatro anos. Sugiro os livros:
Introdução à Lógica - Irving M. Copi - Mestre Jou
Pensamento Crítico e Argumentação Sólida - Sergio Navega - Intellwise
Comunicação em Prosa Moderna - Othon M. Garcia - Getúlio Vargas
Como se Tornar mais Confiante e Assertivo - Robert E. Alberti e Michael L. Emmons - Sextante
Manual de Redação e Estilo - Luiz Garcia - Globo
Manual de Redação e Estilo - Eduardo Martins - O Estado de São Paulo
Manual de Redação - Eduardo Lins da Silva - Publifolha
Iniciação à Semântica - Maria Helena Duarte Marques - Zahar
Redação com Base na Linguística - Diógenes Magalhães - Coisa Nossa
Retórica - Aristóteles - Edipro
Retórica a Herênio - Cícero - Hedra

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