segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Repito a pergunta, aguardando uma resposta definitiva. Sob um ponto de vista ateu, por que seguir a ética? Por que tentarmos adequar nossas ações ao bom e virtuoso? O que ganhamos com isso? Se decidisse sair e torturar alguém, nada realmente o impediria, certo? O sofrimento não seria seu mesmo...‎

Já respondi isso. Não temos que nos preocupar com o que ganhamos com agir eticamente. Não se pautam as ações pelo lucro ou o prejuízo. Quem faz isso não é ético. É o que acontece com quem age de acordo com o bem para merecer o céu e não ir para o inferno. Essa bondade não tem o menor valor. O bem é um valor intrínseco. Faz-se o bem porque fazendo-se o bem está-se contribuindo para a maximização da felicidade de todos e a felicidade é algo bom. Faz-se o bem e evita-se o mal porque não se gostaria de ser alvo de nenhuma maldade e se gostaria de ser alvo de alguma bondade. Então, por coerência, assim se age em relação aos outros. A virtude, como atitude de fazer o bem e repudiar o mal em todos os aspectos, é a conduta que leva a humanidade toda a uma situação de harmonia, fraternidade, paz, bem estar, alegria, felicidade. Por isso é que a ética toma como norma de conduta a prática do bem. Quem quiser fazer o mal e não sofrer represália nenhuma, vai ficar por isso mesmo. Mas a sociedade precisa impedir que alguém assim aja, em benefício de si mesma. Precisa coibir a prática do mal para o bem de si mesma. O indivíduo que aja de acordo com o mal até pode levar vantagem, se não for descoberto e punido. Mas a humanidade terá sido lesada. E nós somos parte da humanidade. É uma questão de educação e de consciência. Não é preciso prêmio para o bem e nem punição para o mal. É preciso apenas ter consciência e caráter.

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