domingo, 17 de maio de 2015

"Influenciar uma pessoa é emprestar-lhe a nossa alma. Essa pessoa deixa de ter ideias próprias, de vibrar com as suas paixões naturais. Suas qualidades não são verdadeiras. Ela se torna o eco da música e outra pessoa, intérprete de um papel que não foi escrito para ela." (Wilde) - O que pensa?

Discordo totalmente. Acho muito importante influenciar as pessoas. Se você está convencido de algo, então é seu dever buscar convencer os outros daquilo também. Se os outros não forem suficientemente críticos para sopesar o que você diz em confronto com as convicções que possuam e acatarem as suas sem ressalvas, isso é um problema deles. Aliás, é importante que, ao se difundir qualquer ideia, se difunda também a ideia de que toda ideia é para ser discutida e não aceita de pronto.Todavia, se a pessoa for crítica, é muito bom que ela se abra para receber toda e qualquer influência. Eu, por exemplo, quero que me convençam de tudo. De todas as religiões, de todas as filosofias, de todas as ideologias políticas, de todos os sistemas econômicos, de todas as teorias científicas, de todas as concepções sociais. Isso é que eu acho uma beleza. Porque, assim, posso cotejar todas as propostas e, delas, extrair minha própria convicção. Que, em absoluto, não é o eco de nenhuma delas, mas a minha mesmo. Meu anarquismo, meu ateísmo, meu ceticismo, minhas convicções científicas, minha postura filosófica em metafísica, ética, epistemologia, lógica, minhas concepções psicológicas, sociológicas, cosmológicas e assim por diante, não são alinhadas a nenhuma escola de pensamento em particular. São a minha própria síntese de tudo o que absorvi e digeri. Do mesmo modo que adoro ser influenciado, adoro influenciar, porque, assim, passo para os outros aquilo de que estou convencido, para que eles se convençam também ou me refutem, caso em que, quem sabe, eu mesmo mude meu modo de pensar.

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