Sim, mas para haver razão é preciso emoção. O cérebro não funciona sem emoção. A intuição fornece os "insights" que a razão lapida convenientemente, para que possam ser justificados de forma lógica e coerente. Nas decisões pessoais, como casamento, por exemplo, o cérebro decide intuitivamente e passa para a consciência as justificativas que tem que se dar para a decisão já tomada. Acho que você não entendeu minha explanação sobre intuição. Não é aleatória: é um raciocínio inconsciente e feito sem o uso da linguagem, diretamente por meio das imagens sensoriais, sem associá-las a palavras, o que é muito mais poderoso, mas não há como ser comunicado. É preciso que suba à consciência, para que os juízos sejam convertidos em proposições e os raciocínios expressos verbalmente, de forma a poderem ser justificados e comunicados. Isto que é a racionalidade: o raciocínio com palavras e símbolos matemáticos. Mas a irracionalidade da intuição não significa que não seja um raciocínio: um raciocínio irracional. Mas não completamente aleatório, apesar de se valer de palpites aleatórios também. Nove décimos do processamento cerebral é inconsciente e ele se faz por associações e inferências calcadas em tudo o que a vida da pessoa já registrou em suas memórias profundas, que são as memórias dos processos mentais já ocorridos. Isto não é possível de ser evocado conscientemente e nem expresso em linguagem. Mas é com isso, principalmente, que o cérebro trabalha.
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