domingo, 17 de março de 2013

O senhor consegue detectar a aplicação erística no texto contido nesse link: http://goo.gl/MAEI8

Não se trata de erística. Apenas de equívoco mesmo. Penso que o autor seja bem intencionado, mas comente alguns equívocos. Para começar, não é verdade que os ateus contestam as provas da existência de Deus porque não querem que Deus exista. Eu, por exemplo, sou um ateu que gostaria muito que Deus existisse. A questão é que essas provas não provam. O que se diz sobre as leis da Termodinâmica procede. De fato, a primeira lei da Termodinâmica não impede o surgimento do Universo sem que haja alguma coisa de que ele tenha provido, criado ou não por Deus, pois ela se aplica às condições de um Universo existente. O evento da passagem da inexistência para a existência não se abriga sob o seu manto. Da mesma forma, um Universo eterno para o passado, não mais teria disponibilidade de energia, pela segunda lei da Termodinâmica. Mas, o fato do Universo ter tido um início não implica que tenha sido criado por um Deus e, menos ainda, como consta do Gênesis. Esse é o ponto falho da argumentação. Dizer que o Universo teve um início ser considerado que tenha sido "criado". O problema está, justamente, na causalidade. Considerar que todo evento do qual não se verifica uma causa necessariamente a tenha, mas não se identificou ainda, é um preconceito que não se justifica. Trata-se de uma consideração apriorística não sustentada pela experiência e pela observação. Por mais eventos que se verifique que se tenha causa, nada indica que se tenha que supor que os eventos cuja causa não é identificada necessariamente a tenham. Não há lógica nenhuma nisso. Trata-se de uma convicção dogmática insustentável. Pode ate´ser que muitos eventos que, atualmente, não se conheça a causa, um dia a tenham conhecida. Mesmo assim, a não ser que se verifique que TODOS os eventos, em todos os lugares e todos os tempos, passados e futuros, realmente se verifique que tenham causa. A existência de causa como uma necessidade é uma conclusão induzida e nenhum raciocínio indutivo tem a sua conclusão garantida. Então não se pode basear na necessidade de causa para provar a existência de Deus, pois essa necessidade não existe. Eis o erro do argumento cosmológico de Tomás de Aquino.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails