terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lógica prestar atenção na natureza ? Tá falando sério ?? Presume nessa tua compreensão do "Big-Bang" que a matéria se formou ou trasformou-se ou reformatou nesse processo ? Na tua descrição, onde fala que as leis da física "surgiram" logo antes do Big, vc

(continuação) dá uma impressão de que acredita em algo tipo "geração expontânea". Tua compreensão do Big é a coisa mais próxima do "Fiat-Luz" que eu já vi...

Certamente que o surgimento do Universo é uma "geração expontânea", sem ter do que provir, sem ter sido causado por nada e sem propósito nenhum. Note que o Big Bang e o surgimento do Universo são eventos diferentes. O Big Bang se deu em um universo já existente, mesmo que a uma diminutíssima fração de tempo precedente (tipo tempo de Planck). O surgimento da matéria foi uma transformação posterior. Ao surgir o conteúdo do Universo era apenas um campo indiferenciado com uma densidade de energia extremamente alta. Sucessivas quebras de simetria aleatórias deram azo ao surgimento dos bósons das interações e, depois, dos férmions (quarks e leptons) que formam a matéria. Não se trata de um "Fiat Lux", pois o verbo "fiat" requer um agente que promova o feito, o que não se deu com o surgimento do Universo.

Quanto à lógica se basear no comportamento da natureza, isto é evidente. Se o Universo tivesse outro tipo de comportamento, completamente diferente, e se houvesse surgido seres inteligentes que criassem uma lógica, ela seria completamente diferente. Nosso cérebro, que inventou a lógica, é um dispositivo que funciona segundo as leis da natureza, e, mesmo que ele conceba algo diferente, o processo de concepção ocorre dentro dessas leis. Mas qualquer lógica que não tenha nenhuma aderência ao comportamento da natureza não se prestará ao uso para validar nenhum raciocínio, pois suas conclusões não concordarão com o que a realidade mostra que, de fato, ocorre. Muitas descobertas científica mudaram a forma de concepção da lógica ao longo do tempo. Tradicionalmente a lógica se baseava no princípio do ser ou não ser, sem uma terceira possibilidade. Isto já não é mais considerado necessário em várias concepções lógicas, como a modal, a difusa, a pluridimensional e outras, que são como, de fato, a mente humana funciona. A lógica dicotômica, que funciona nos computadores digitais, não é como a natureza funciona. As coisas não são nem deixam de ser. Existem gradações de "talvez". Do mesmo modo a variação do grau veritativo pode se dar ao longo de mais de um eixo, dependendo das circunstâncias. Além do mais, o critério lógico nem sempre é a verdade, podendo ser outros, como a utilidade ou a beleza. Mas, por mais complexa que seja a lógica, ela só será válida se suas conclusões estiverem de acordo com o que a realidade apresenta.

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