segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O sr. é anarquista?

Sim. E discordo completamente da sua opinião de que o homem seja só sexo e estômago e que, sem autoridade, tudo se transforma em barbárie. Atualmente sim, mas o anarquismo é um projeto para ser construído a longo prazo, de centenas ou milhares de anos. O homem tem tendências tanto bárbaras quanto sublimes, tanto egoístas quanto altruístas. Ao longo da história, a civilização cada vez mais cultivou as tendências nobres e reprimiu as torpes. Um trabalho educacional progressivo e constante, ao longo de várias dezenas de gerações, pode perfeitamente levar a humanidade ao estado de ser capaz de viver sem autoridade nenhuma e, mesmo assim, ser completamente ordeira, diligente, solidária, pacífica, próspera e feliz. Sem autoridade, sem dinheiro, sem propriedade, sem fronteiras nacionais, sem guerras e sem crimes. Isto não é utopia. É realizável e o segredo está, justamente, na educação. Educação para o compartilhamento, para o coletivismo, para a solidariedade, para a dedicação. A democracia já é um passo para a quebra da autoridade, pois ela deixa de ser usurpada por tiranos, reis ou ditadores e passa a ser concedida a representantes dos próprios governados. O poder originário da força é efetivo, mas não legítimo, pois não tem compromisso com os desejos dos súditos. A sociedade só será justa quando todos se colocarem no mesmo plano, sem hierarquia de espécie alguma, sem classes sociais e nem econômicas. Um sociedade com liberdade, igualdade e fraternidade para valer mesmo.

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