sexta-feira, 2 de setembro de 2011

As experiências sobrenaturais relatadas por quem as vive causa estranheza a quem não pertença a uma crença semelhante. Um evangélico compreende o católico sentir a voz de Deus ao ler a Bíblia, mas não um islão o Corão. Assim como os três são avessos às

(continuação) experiências de comunicação com os mortos dos espíritas. Há uma origem comum a esses estímulos metafísicos? Além da possível avidez de vivenciá-las, o que leva uma pessoa a interpretar o sobrenatural? Estados alternados de consciência?

Exatamente. O misticismo é um estado alterado de consciência em que a mente, numa espécie de embriaguez, tem a sensação de estar em comunicação com espíritos. É o que acontece também nas possessões, quando não são encenações fraudulentas, como a maioria. Se a pessoa fica sinceramente convencida da existência de Deus e de espíritos e se concentra racional e emocionalmente em comunicar-se com eles, acaba ficando com um tipo de alucinação em que, realmente, convence-se de que está em transe místico. Mas isto não é metafísica. É apenas fisiologia do sistema nervoso. Aliás metafísica não é, como se costuma supor, algo relacionado ao sobrenatural, pois isso não existe. Metafísica é o estudo dos conceitos abstratos, que não pertencem ao mundo físico da natureza. Mas não ser natural não significa ser sobrenatural. Significa ser conceitual, isto é, idéias abstratas, cuja existência se dá apenas em mentes que as concebem e não objetivamente, no mundo exterior às mentes. Sobrenatural é algo objetivamente extrínseco à natureza, mas de existência independente de ser concebida por mentes. Tal tipo de coisa não existe.

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