quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A afirmação de que nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma é falsa, já que a mistura da matéria e da antimatéria leva ao aniquilamento de ambas?

De fato, não é bem assim. Existem as leis de conservação, que se aplicam aos atributos do que existe na natureza, Dentre elas a da massa-energia, da carga elétrica, do spin (momento angular), do momento linear e da vários números quânticos, como o leptônico, o bariônico, o isospin, a estranheza, a paridade etc. A aniquilação de matéria com a antimatéria se dá com a conservação de tudo isso. A massa das duas partículas se transforma na energia dos fótons emitidos. Se as partículas estiverem em repouso os fótons são emitidos em sentidos opostos para conservar o momento linear. Os dois fótons têm spins opostos para o total ser nulo, como o total das duas partículas (mesmo que o módulo do spin de cada foton seja 1 e das partículas, em geral, seja 1/2). E assim por diante. Todavia é possível o surgimento de algo sem que seja proveniente de coisa alguma, como no surgimento do Universo. Uma hipótese bem plausível é que o total dessas grandezas referente à totalidade do Universo continua a ser zero, como se não houvesse Universo nenhum. Mas não há dados observacionais que comprovem o valor desse total. Todavia pode haver, mesmo assim, o surgimento e a aniquilação de entidades, mesmo que isso preserve a conservação dessas grandezas que medem seus atributos. Matéria e anti-matéria deixam de ser matéria e passam a ser radiação. Aniquilou-se uma categoria de entidade e surgiu outra categoria de entidade. Mas no surgimento do Universo como um todo não havia entidade nenhuma, de nenhuma categoria e surgiram todas, de todas as categorias. Isso pode, de repente, sumir completamente, não deixando nada em seu lugar, sequer espaço vazio.

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