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domingo, 17 de março de 2013
As intenções por trás de um discurso devem ser consideradas na hora do debate?
Certamente que sim, exatamente para perceber os vieses e deixar as coisas claras. Se você for um debatedor sincero, isto é, que esteja disposto a mudar seu modo de pensar se for vencido por argumentos mais poderosos, você tem que debater de forma argumentativa, nunca ideológica. Aliás, possuir convicções ideológicas que não se sustentem em bases racionais nenhuma é a mais completa idiotice. O ideal é que não se tenha ideologia nenhuma, no sentido de que não se defenda nada por princípios doutrinários apriorísticos. O que se tem é que ter convicções que se fundamentem em considerações razoáveis e plausíveis, cujos desdobramentos promovam bem estar, progresso, felicidade e tudo de bom. Poder-se-ia dizer que isso já fosse uma ideologia, o eudemonismo. Todavia essa consideração não é dogmática e sim o produto de uma pulsão biológica que é a de todo ser vivo preferir o prazer à dor. Ao se identificar o viés ideológico que perpassa algum tipo de argumentação, pode-se neutralizá-lo, explicitando-o e mostrando os argumentos que contrariem as posições defendidas com base nele. É importantíssimo, ao começar qualquer discussão, deixar claro o posicionamento prévio dos debatedores, como também é essencial um acordo sobre o significado das palavras usadas, uma vez que muitas discussões são puramente semânticas e semântica é uma mera questão de convenção.
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