segunda-feira, 18 de março de 2013

Por que a explicação mais simples (Navalha de Occam) é sempre preferível?

Não é bem assim. Muita gente tem essa interpretação, que não é o que diz a "Navalha de Ockham. O que ele diz é que, dentre duas explicações que dão conta completamente do recado, é preferível aquela que faz menos apelos a premissas que possam ser descartadas sem comprometer o resultado da explicação. É o chamado "princípio da parcimônia". Mas ela não diz que a explicação mais simples seja a preferida. Pode ser que a explicação que faça menos uso de enunciados e entidades seja mais complicada. Não é a simplicidade que decide e sim a parcimônia, o que é outra coisa. A simplicidade, em si, não tem valor nenhum. Nas palavras de Ockham: "pluralitas non est ponenda sine neccesitate". Isso não significa que não devam ser consideradas tantas entidades e enunciados quantos forem necessários para uma explicação mas apenas que não devem ser considerados mais do que necessário. Isso é, a Navalha de Ockham exclui o supérfluo, mas não o necessário. Um exemplo típico de supérfluo é a intervenção divina.

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