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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Quando você diz que tudo o que existe é tudo o que pode ser percebido você não está usando mão de um argumento sofista?
De modo nenhum. Se algo existe, então é possível, direta ou indiretamente, detectar sua existência. Se algo não é passível de ser detectado, mesmo que por seus efeitos indiretos, não se pode afirmar que exista, mas apenas supor. Por exemplo, os quarks, por muito tempo foram considerados uma hipótese, até que experimentos os puderam detectar, indiretamente. O mesmo acontece, atualmente com as supercordas. Ainda não se pode dizer que existam. Deuses e espíritos estão na mesma situação. São hipóteses não confirmadas. Enquanto não houver confirmação não se pode dizer que existam. Todavia temos duas categorias de realidades. As objetivas, independentes de um sujeito que as considere em sua mente e as puramente mentais ou abstratas, como os conceitos. O conceito de Deus existe, mas a entidade objetiva não se sabe. Abstrações têm a sua realidade própria, mas não existem sem que haja mentes que as concebam. É o caso dos números, dos valores, das normas. Mas as abstrações podem ser percebidas mentalmente, o que confirma sua existência como abstração e não como entidade objetiva do mundo exterior. Deus e espíritos, se existirem, seriam entidades objetivas, fora das mentes. Isso não é garantido. Assim considerando, esse critério de realidade (isto é, do que existe) não é, de forma nenhuma, um sofisma.
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