quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Samsara é o ciclo renascimento, não é reencarnação. Para reencarnar, é necessário ter um eu, uma das bases do Budismo é o conceito de Anatta (não-eu, inexistência do "eu"). E não é a supressão do desejo em si, mas o sentimento de saber a inutilidade de muitos deles e quais são hábeis ou inábeis. :P

Que seja. Mesmo assim, não aceito renascimento nenhum. E nem esse conceito de "não-eu". O que nós somos está em nosso "eu" e ele é único, formado em nossa gestação e extinto com nossa morte. Não há renascimento nenhum. Também discordo da inutilidade do desejo. Acho que desejo é uma coisa boa. O que não é bom é se ter uma sofreguidão por sua realização que cause uma grande frustração quando não realizado. Há que se ter serenidade no desejo e um comportamento estoico nas vicissitudes. Isso eu apoio. Mas o que eu penso é que todas essas concepções de vida virtuosa não precisam ser caracterizadas como religião nenhuma, mas apenas como "filosofia de vida". Para mim isso é muito mais valioso do que a adesão a qualquer religião, especialmente porque se trata de concepções abertas a revisões e acatadas em um processo de livre pensamento e reflexão. Como aconteceu com o próprio Buda. O que eu acho é que cada um deva ser um Buda e não seguir o que Buda pregou. Pode-se, é claro, conhecer tudo o que pregaram Buda, Lao-Tzé, Confúcio, Salomão, Zaratustra, Jesus, Maomé, Lutero e quais líderes e profetas sejam. Mas cada um tem que ser o profeta de si mesmo e achar o seu próprio caminho de vida, sua cosmovisão.

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