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sábado, 12 de maio de 2018
A filosofia tem duas faces, meu caro Ernesto, uma voltada mais para a religião e arte, e outra, voltada mais para a ciência. Contudo, você acredita que um dia haverá predominância somente da filosofia voltada somente para a ciência? O empirismo está a ganhar mais adeptos ante o misticismo religioso?
Não existem essas duas faces da filosofia. A filosofia se ocupa de todo o tipo de saber humano. Religião não é um saber, a não ser quando estudado sob um prisma antropológico, sociológico ou filosófico. Em si mesmo religião é uma crendice tão despropositada quanto astrologia, numerologia, quiromancia, e esse tipo de baboseira todo. Só que adquiriu um estatuto de coisa séria e veneranda porque foi abonado pelos poderosos. Mas, no fundo, não há diferença entre o espiritismo, considerado uma crença culta, das crenças africanas e indígenas. A Filosofia pode estudar a religião e, inclusive, até, se existe ou não Deus. Mas nunca sob o prisma da fé. Nisso ela não se distingue do estudo que faz da validade da ciência ou da qualidade da arte. Filosofia é uma só. Quanto ao aspecto científico, é preciso entender que a ciência moderna não é apenas empírica. Pelo contrário, a Física Quântica e a Relatividade, por exemplo, não são quase nada empíricas. A proposta de Teoria das Cordas, então, não é nada empírica. Nem um pouquinho. Quanto ao misticismo, trata-se de algo que não tem nenhum direito de ser incorporado à Filosofia e nunca teve, como bem o mostraram William de Ockham e Duns Scoto. A Filosofia, a Sociologia e a Antropologia podem estudá-lo como um fenômeno exibido por alguns seres humanos. Mas o misticismo, em si mesmo, é uma completa fraude. Simplesmente não existe.
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