quinta-feira, 10 de maio de 2018

https://ask.fm/wolfedler/answers/140510636061 Ernesto, isso é uma característica sua ou você acha que todo livre-pensador deveria ser assim? Por quê?

Para mim as grandes virtudes de um filósofo são ser um livre pensador e um cético. Sem isso não se é filósofo. Assim, considero que todo filósofo precisa ter a mente aberta para qualquer concepção e examinar tudo. Então estudar, comparar, concordar, discordar, refletir, escolher, inventar, propor e apresentar a sua concepção sobre o tema, sempre de modo provisório mas, enquanto não houver fortes razões para mudança, estar munido de fortes argumentos para defender seu ponto de vista, que, todavia, jamais pode ser cristalizado como algo imutável. Por isso não gosto de rótulos, isto é, de dizer que sou empirista, racionalista, realista, materialista, idealista, positivista, pragmatista, utilitarista, criticista, fisicalista, fenomenologista, analítico, existencialista, pós-modernista ou o que seja. Em verdade concordo e discordo de pontos específicos desta ou daquela corrente, podendo dizer que há algumas em que eu concordo com a maior parte e outras com quase nada. Assim eu acho que todo filósofo deva ser: "não adjetivado", apenas "filósofo". Muitos filósofos discordam desse meu ecletismo, considerando que, assim, eu não sou nada. Pois eu acho, justamente, é que, sendo nada, é que sou verdadeiramente filósofo. Além disso acho essencial que todo filósofo tenha um bom conhecimento de ciências, especialmente física e biologia, além da matemática, bem como um bom conhecimento de artes. Senão não vai saber interpretar o fazer humano, que é, justamente, o seu metier.

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