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sexta-feira, 11 de maio de 2018
Sobre a incompatibilidade entre a ciência e a filosofia.
Agora estou me lembrando do que dissera antanho. Filosofia e Ciência são formas distintas de abordar a realidade e, em geral, se dedicam a aspectos disjuntos dela. Todavia há casos, historicamente, em que ambas se debruçaram sobre um mesmo tema. Como ocorreu com o sistema planetário. A questão se deveu a um equivoco de interpretação de que o tema fosse filosófico, quando é científico. Então filósofos fizeram proposições e, sobre elas, construíram, cientificamente, consequências que, até, se mostraram de acordo com os fatos, como o Sistema Ptolomaico. O próprio Copérnico propôs o seu filosoficamente e tirou consequências científicas que também se mostraram de acordo com os fatos, se se procedessem correções análogas às do sistema de Ptolomeu. Somente depois que Newton colocou o tema sob uma égide completamente científica e Kepler, apontou as correções observacionais que a teoria de Newton permitia encampar, é que o tema deixou de ser, definitivamente, filosófico. Nesses casos, quando houver discrepância entre a concepção filosófica e a científica, a científica tem que ser adotada, pois a ciência tem critérios seguros de verificação da validade de suas proposições, enquanto a filosofia baseia-se inteiramente no raciocínio, que pode ser falho. Isso não significa, em absoluto, que se deva abandonar a filosofia, inclusive porque, vários temas, não são passíveis de verificação empírica, ficando fora do escopo da ciência. Então é só a Filosofia que pode considerá-los. Mas ela também tem que submeter suas proposições a um crivo de testes lógicos para validá-los. A própria definição dos critérios de validação da ciência, é filosófica.
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