quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Caro Ernesto Será que o que estava contido no ponto inicial era toda a matéria e energia de um universo “‘anterior” no tempo, como se hoje um buraco negro sugasse tudo que existe até chegar a um ponto insustentável, um estado de concentração tão intenso que causaria uma espécie de colapso repulsivo?‎

Essa é uma possibilidade. que, todavia, está sendo descartadas pelas mais recentes medidas observacionais. Nas soluções cosmológicas das Equações de Einstein da Relatividade Geral, se apresentam três casos: Universo fechado, Universo aberto e Universo limite entre os dois. Tais situações se prendem à comparação entre os parâmetros da aceleração da expansão do espaço e da densidade de massa-energia. Se o primeiro prevalecer, o Universo será aberto e se expandirá indefinidamente. Se o segundo prevalecer o Universo será fechado e se expandirá até um máximo, a partir do qual se contrairá, voltando às condições iniciais de extrema densidade. A terceira possibilidade é o limite de igualdade dos parâmetros, na qual o Universo será aberto e a expansão indefinida também, mas com um comportamento assintótico para uma aceleração nula da expansão. No caso do Universo fechado, a solução para o fator de escala do Universo é uma curva cicloidal que pode ser entendida como se repetindo aquém e além dos pontos de singularidade, em um número infinito de ciclos. Isto é, haveria infinitos Big Bangs, cada um logo após um Big Crunch, de modo que o Universo seria eterno, inclusive para o passado. As mais recentes medidas observacionais desses parâmetros, contudo, indicam que o Universo seja aberto e sem ciclos, expandindo-se indefinidamente, chegando ao Big Rip, em que as quantizações dos campos de matéria em partículas (quarks e léptons) seriam destruídas pela expansão do espaço, acabando com a matéria e deixando o Universo preenchido apenas por campo, já que a radiação também atingiria frequência zero e comprimento de onda infinito. Essa solução não admite ciclos, sendo o Big Bang único e não havendo Universo antes dele (nem sequer "antes"). Se o caso cíclico fosse o que estivesse ocorrendo, ainda estaríamos na fase de expansão e o ciclo demoraria, talvez, várias dezenas de bilhões de anos. Mas, não se tem nenhuma ideia de como seria o processo de passagem do Big Crunch para o Big Bang. O caso que se apresenta como sendo a realidade, também não possui uma explicação para o surgimento do conteúdo, cujo espaço continente passou a se expandir.

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