quinta-feira, 10 de maio de 2018

Se os ateus niilistas são amoralistas, como eles podem criticar a imoralidade da religião?

O niilismo não é uma característica necessária do ateísmo. Aliás, a maioria dos ateus não é niilista. E alguém pode ser niilista sem ser ateu. O niilismo é uma concepção vazia e completamente infecunda, além de se revelar contraproducente para o encaminhamento da vida. E o pior. É uma concepção totalmente equivocada, isto é, falsa. errada. O ateísmo genuíno é completamente ético e considera que tanto o bem quanto o mal são existentes e que o bem tem total primazia sobre o mal, devendo cada pessoa pautar sua vida pela disseminação do bem e a erradicação do mal. Assim pensando é que os ateus consideram que as religiões são um mal e não porque não achem, como os niilistas, que não existe valorização ética (e nem estética e nenhuma outra) a respeito do que quer que seja. Consideram as religiões (todas) um mal, primeiramente porque são inverdades. E a verdade é um bem da máxima superioridade. Qualquer que seja a religião ela faz afirmativas errôneas a respeito da realidade do mundo, como, por exemplo, ao afirmar a realidade da existência de uma realidade sobrenatural. Depois as religiões, de modo geral, se ocupam de nortear o comportamento pessoal no sentido de garantir a salvação eterna, ou a abreviação do número de reencarnações, das pretensas almas das pessoas, por meio de uma série de rituais e práticas, características de cada uma, que, uma vez cumpridas, levariam ao objetivo de alcançar a salvação. Ora, não havendo nenhuma alma e nenhuma vida após a morte, nada disso tem o menor significado. Portanto fazer as pessoas seguirem tais práticas é um verdadeiro suplício a ser infringido a elas, sem o menor efeito, do mesmo modo que a prática de orações. O que os ateus pregam é que, para que o bem prevaleça sobre a Terra, todos devem agir de forma a disseminá-lo por meio da justiça, da honestidade, da fraternidade, da caridade, da solidariedade, da cooperação, da compaixão, da nobreza de atitudes, da bravura dos atos, da coragem, do altruísmo e da prática de todas as virtudes, com o que o mundo todo se tornará um lugar harmônico, fraterno, equânime, livre, aprazível, próspero e feliz para todos os seus habitantes.

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