quinta-feira, 10 de maio de 2018

Professor Ernesto, o que acha dos misantropos? Já se considerou um? Talvez age como um diante de determinadas pessoas?

Nem de longe já fui, sou ou penso que poderia vir a ser um misantropo. O que não significa que não preze meus momentos de recolhimento solitário, nos quais me dedico, principalmente, a pensar, mas também a estudar, ler, ouvir música, assistir filmes, sem a companhia de ninguém. Note que não sou uma pessoa que sinta falta de sempre estar acompanhado, mas que gosto de estar acompanhado, que gosto de conversar, de namorar e de companhia. Só que não ininterrupta. O verdadeiro misantropo não gosta da companhia de outras pessoas. Isso é uma patologia, o que não é o caso da personalidade introspectiva. Em verdade não posso dizer que sou introspectivo, pois há momentos em que sou bastante extrovertido. Não ajo como misantropo diante de ninguém. Sou uma pessoa completamente sem vergonha. Falo tranquilamente com qualquer um sem o menor receio. Pode até ser o Papa ou a Rainha da Inglaterra. Ou o Torquemada de Santa Maria. Tenho uma elevadíssima auto-confiança. Acho que os misantropos precisam se submeter a um tratamento psicológico para superarem esse problema.

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