domingo, 21 de abril de 2013

O que significa moral? O que é valores morais?

Já disse isso muitas vezes. Há quem considere que não há distinção entre moral e ética. Etimologicamente significam o mesmo, mas, contextualmente, na Filosofia, adquiriram significados distintos. Há filósofos, contudo, que não os distinguem e outros que adotam a significação exatamente oposta à que vou apresentar, que é a mais encontradiça, estabelecida pelos enciclopedistas franceses. Moral é a disciplina normativa que estabelece, com base nos costumes de certo estrato social em dada época e lugar, o que seja considerado permitido e proibido em termos de costumes, atitudes e ações. A moral é relativa ao contexto social mas não é individual. Já a ética é a disciplina filosófica que reflete sobre os critérios que devem nortear a moral para estabelecer o que seja permitido e proibido. A ética não é relativa. Ela pretende ser universal, histórica, geográfica e socialmente. Ela cuida do que seja certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto. Todavia, como a moral é promulgada, geralmente, pelos detentores do poder político, militar ou religioso, mesmo que eles não possam, sob pena das regras não serem cumpridas, ferir totalmente os costumes estabelecidos, esses costumes podem ser moldados, ou, pelo menos, consentidos ou vetados, por quem tem poder e, assim, nem sempre, a moral será ética. Pior ainda é a lei, que deveria acompanhar a moral e esta a ética, mas muitas vezes não o faz, para atender aos desígnios do poder. Note que a moral e a ética não se reportam aos seres e sim às ações, atitudes, procedimentos e modos de ser. Há muitos casos de ações consideradas imorais que não ferem a ética e anti-éticas que são moralmente aceitas. No primeiro caso posso citar a poligamia, aqui no ocidente, como a exigência, outrora, de virgindade para moças solteiras. No segundo caso cito a lapidação de adúlteras entre alguns muçulmanos e o infanticídio em algumas tribos indígenas. Valores morais são aqueles que se referem (ou, pelo menos, deveriam) ao que seja correto, justo, benévolo, verdadeiro, corajoso, nobre, honesto, solidário, generoso e esse tipo de ações que se pautem pelo amor, pela verdade e pela bravura. O oposto a isso não seria moralmente válido, se a moral, de fato, seguir a ética. Geralmente os critérios que se estabelecem para a eticidade de uma ação são a sua capacidade de poder ser prescrita universalmente (imperativo categórico), a sua capacidade de promover a maximização da felicidade para o maior número de seres e de não provocar dor, sofrimento, prejuízo ou outro mal (utilitarismo) e em ser algo que se deseje que seja feito a si mesmo (regra de ouro).

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