sábado, 27 de abril de 2013

Se um grupo de pessoas estivesse lutando pela legalização do casamento triplo você apoiaria? Por que sim/não?

Certamente que sim. Considero que as uniões plurais são perfeitamente legítimas e que possam ser oficializadas sem nenhum problema. Tanto de uma mulher com mais de um marido, um marido com mais de uma mulher ou mais de uma mulher com mais de um marido. E mesmo nos casos em que todos sejam do mesmo sexo biológico. Ilegítimo é se estar em uma união monogâmica e ter relacionamentos conjugais paralelos encobertos, como acontece amiúde. Apesar de ser considerado imoral, a poligamia, tanto poligínica quanto poliândrica, ou ambas, não fere, em absoluto, a ética, desde que todos os envolvidos estejam cientes e acordes com a situação. Se a felicidade de todos está sendo promovida e ninguém esteja sendo prejudicado, é ético. Inclusive porque não fere nem a "regra de ouro", nem o "imperativo categórico", desde que entendido como permissão e não como determinação. Esse é um dos casos clássicos em que a moral é mais rígida do que a ética e que não se justifica. Há casos opostos, em que a moral seja permissiva em relação a fatos que não são éticos. Além disso não se constitui em ameaça à família, como alguns alegam, desde que se considere a noção de família como muito mais ampla do que a noção biparental que se tem. Todos os envolvidos nos relacionamentos são pais e mães de todas as crianças que dele surgirem, com todas as responsabilidades inerentes. Inclusive, como já acontece, nos casos de poligamia sequencial e não paralela. Além do mais vai ao encontro do ideal de ruptura da noção de propriedade do cônjuge nos relacionamentos maritais, bem como da abolição total do ciúme, um instinto troglodita que a civilização não dá mais razão para existir. Porque os relacionamentos, pelo menos não deveriam mais, envolver dependência econômica de ninguém em relação a ninguém. Todos os envolvidos têm que prover-se a si mesmos, reunindo seus esforços para um compartilhamento dos encargos e responsabilidades, bem como dos laços de afeição, companheirismo, ajuda mútua e doação de prazer. Claro que não pode ser uma imposição, mas uma possibilidade válida.

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