quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ser intolerante em relação à intolerância é uma coisa boa?

Pode parecer uma incoerência, mas não tolerar a intolerância é uma virtude. Não só a intolerância, mas toda atitude e todo comportamento danoso e prejudicial que alguém possa ter com relação aos outros e à sociedade. Tolerar a maldade é uma maldade também. Combater o mal é que é uma bondade. Existem três categorias de virtudes. A primeira tem a ver com a verdade. São as virtudes da honestidade, da justiça, de sinceridade, da probidade e similares. A segunda tem a ver com o amor. São as virtudes da bondade, da solidariedade, da compaixão, da gentileza. E há uma terceira categoria que é a das virtudes relativas á bravura, como a fortaleza, a diligência, a combatividade. Mas essas virtudes têm que ser aplicadas à defesa do bem e ao combate ao mal. Nisso se inclui a intolerância à intolerância. Claro que esse combate tem que ser feito com firmeza, mas sem crueldade. A intolerância inaceitável é a que se tem em relação a comportamentos, condições e situações diferentes só por serem diferentes, mas que não se configurem em nada que fira a ética. Como orientação sexual, ideologia política, filiação religiosa, atividade profissional, nacionalidade, raça, gênero, classe social, procedência nacional, idioma que fala, nível cultural e outros que tais. Esse é o tipo de intolerância que não pode ser tolerado. Mas é claro que se pode, se deve e se tem que ser intolerante em relação ao crime, à corrução, à maldade, à desonestidade, à ganância, ao esnobismo, à soberba e outros comportamentos, condições e situações hostilizantes e prejudiciais. Em outras palavras: anti-éticas.

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