domingo, 14 de julho de 2013

Há possibilidade de se elaborar uma espécie de algoritmo pro filosofar?‎

Não, porque isso tolheria a característica essencial do ato de filosofar que é a liberdade de abordagem e de reflexão, que permite a elaboração de propostas completamente discordantes do que já existe. O que existe são critérios gerais que devem ser observados, como o exame de todas as alternativas, mesmo as que consideremos irrelevantes ou incorretas, a admissão de todas as possibilidades, por mais que contrariem nossas concepções e convicções arraigadas, o ceticismo metodológico de se considerar sempre a possibilidade de se estar errado e a consideração de todas as ligações entre todos os possíveis aspectos que uma questão pode ser considerada. Para se filosofar é preciso se despir de qualquer preconceito e de todo o dogmatismo. Por exemplo, para se examinar a existência de Deus há que se supor que tanto ele possa existir como não e não se dedicar ao trabalho com nenhuma pré-concepção. Outra característica é a ousadia de se aventar propostas completamente implausíveis ou, até mesmo, esdrúxulas, que sempre merecem ser avaliadas. Mas esses procedimentos não se constituem em um algorítimo, pois este seria uma prescrição rígida.

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